Comi tanta pessegada, fios de ovos, bem casados...
E pasteis de Santa Clara, que fiquei cristalizado.
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Foto: Imagem da internet |
O trecho da música de Kleiton e
Kledir ilustra bem o momento vivido por Pelotas uma vez por ano no mês de
junho: o início da Feira Nacional do Doce. Nas ruas, a sensação de que a cidade
respira e vive a Feira intensamente. Na programação dos pelotenses, é
impossível não colocar na agenda nem que seja a intenção de visitar a Fenadoce,
que neste ano iniciou no dia 4 de junho.
Tudo teve inicio no ano de 1986
quando o poder público em parceria com outras entidades, criou a Feira Nacional
do Doce. No início, a Feira era realizada a cada dois anos e impulsionou a
atividade doceira da cidade, o que oportunizou o crescimento de muitas empresas
que já atuavam no ramo e o surgimento de outras. Depois de nove anos, em 1995,
a Feira passou a ser conduzida e coordenada pela Câmara de Dirigentes Logistas
de Pelotas (CDL). A partir daí, através de diversas iniciativas de marketing e
também administrativas, a Fenadoce obteve um grande impulso e cresceu nos anos
seguintes.
As primeiras edições da Feira,
não possuíam endereço certo. A Fenadoce era realizada em vários locais da
cidade, situação que perdurou até o ano de 2000. Nesta data, o evento pelotense
passou a ser realizado nas dependências da antiga fábrica da CICA SUL, o qual
foi comprado pela Câmara dos Dirigentes Logistas de Pelotas e batizado com o
nome de Centro de Eventos Fenadoce.
Ao longo dos anos, a Feira
cresceu em importância e a sua dimensão ultrapassou as fronteiras do Rio Grande
do Sul. Alicerçada na tradição doceira da cidade – herança das culturas
portuguesa, italiana e alemã – a Fenadoce expressa a relação de uma cidade e a
ligação com as tradições herdadas dessas culturas. A história de Pelotas e a
sua ligação com o doce se constituíram com a implementação das Charqueadas. A
cidade era reconhecidamente um local de produção do charque e o desenvolvimento
da atividade doceira se deu em virtude do transporte sul-nordeste.
Os navios que levavam o charque
para o nordeste brasileiro traziam açúcar desta região e, ao retornarem ao Rio
Grande do Sul, o distribuíam às cidades. Esta iguaria, inacessível a grande
parte dos brasileiros, passou a ser transformada em doces nas casas pelotenses,
já que a herança da tradição portuguesa predominava na cidade. Como Pelotas à
época era uma cidade próspera, muitos industriários também importavam açúcar da
região nordeste.
Os números da feira
Em 2013, segundo a organização
da Fenadoce, 318 mil pessoas visitaram a feira e foram comercializados 2
milhões de doces.