quinta-feira, 12 de junho de 2014

Uma doce história

Comi tanta pessegada, fios de ovos, bem casados...
E pasteis de Santa Clara, que fiquei cristalizado.

Foto: Imagem da internet



O trecho da música de Kleiton e Kledir ilustra bem o momento vivido por Pelotas uma vez por ano no mês de junho: o início da Feira Nacional do Doce. Nas ruas, a sensação de que a cidade respira e vive a Feira intensamente. Na programação dos pelotenses, é impossível não colocar na agenda nem que seja a intenção de visitar a Fenadoce, que neste ano iniciou no dia 4 de junho.

Tudo teve inicio no ano de 1986 quando o poder público em parceria com outras entidades, criou a Feira Nacional do Doce. No início, a Feira era realizada a cada dois anos e impulsionou a atividade doceira da cidade, o que oportunizou o crescimento de muitas empresas que já atuavam no ramo e o surgimento de outras. Depois de nove anos, em 1995, a Feira passou a ser conduzida e coordenada pela Câmara de Dirigentes Logistas de Pelotas (CDL). A partir daí, através de diversas iniciativas de marketing e também administrativas, a Fenadoce obteve um grande impulso e cresceu nos anos seguintes.

As primeiras edições da Feira, não possuíam endereço certo. A Fenadoce era realizada em vários locais da cidade, situação que perdurou até o ano de 2000. Nesta data, o evento pelotense passou a ser realizado nas dependências da antiga fábrica da CICA SUL, o qual foi comprado pela Câmara dos Dirigentes Logistas de Pelotas e batizado com o nome de Centro de Eventos Fenadoce.

Ao longo dos anos, a Feira cresceu em importância e a sua dimensão ultrapassou as fronteiras do Rio Grande do Sul. Alicerçada na tradição doceira da cidade – herança das culturas portuguesa, italiana e alemã – a Fenadoce expressa a relação de uma cidade e a ligação com as tradições herdadas dessas culturas. A história de Pelotas e a sua ligação com o doce se constituíram com a implementação das Charqueadas. A cidade era reconhecidamente um local de produção do charque e o desenvolvimento da atividade doceira se deu em virtude do transporte sul-nordeste.

Os navios que levavam o charque para o nordeste brasileiro traziam açúcar desta região e, ao retornarem ao Rio Grande do Sul, o distribuíam às cidades. Esta iguaria, inacessível a grande parte dos brasileiros, passou a ser transformada em doces nas casas pelotenses, já que a herança da tradição portuguesa predominava na cidade. Como Pelotas à época era uma cidade próspera, muitos industriários também importavam açúcar da região nordeste.

Os números da feira

Em 2013, segundo a organização da Fenadoce, 318 mil pessoas visitaram a feira e foram comercializados 2 milhões de doces.



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