quarta-feira, 11 de junho de 2014

Muito além dos doces



          A Fenadoce vem cada vez mais se confirmando como um espaço de artes e que dá espaço à artistas pelotenses




O atrativo principal da Fenadoce é, logicamente, o doce pelotense. Mas, além da arte culinária, Fenadoce também possui outros tipos de arte. Se o doce é o símbolo principal da feira, as formigas são a cara dela. As formigas gigantes, que atualmente já são conhecidas dos pelotenses e estão espalhadas pela cidade das mais diferentes formas, foram criadas em 2007, para a 15ª edição da Fenadoce.

Formiga da Churrascaria Lobão. Foto: Felipe Soares

Em alguns lugares, as formigas só aparecem quando a época da feira se aproxima. Já em outros, são um elemento presente o ano inteiro. É o caso da Churrascaria Lobão (foto anterior), que tem a sua formiga “vestida” para a Copa com as cores da bandeira brasileira. Outra formiga bem conhecida dos pelotenses está instalada no Mercado Público (foto a seguir), um dos prédios que mais representam a cidade.

Formiga no Mercado Público. Foto: Felipe Soares

O artista pelotense Claudio Soares recebeu no ano passado o convite da empresa pelotense Hercílio Calçados para personalizar uma dessas formigas gigantes, que é exposta na Hercílio Calçados sempre que a Fenadoce se aproxima. Claudio tem como marca pessoal a utilização de Pop Art em suas obras. O Pop Art surgiu na Inglaterra na década de 50 e tem como sua principal característica a utilização de cores vivas. Segundo o artista, foi isso que pesou na decisão da arte feita na formiga. “O Pop Art foi utilizado por se tratar de uma pintura com muitas cores, deixando assim a formiga mais alegre”, disse.

Formiga pintada por Claudio Soares. Foto: Claudio Soares

Para Claudio, o convite para pintar a formiga foi motivo de grande felicidade por dois motivos, o reconhecimento do seu trabalho e o desafio de fazer algo diferente. Considerando isso, acredita que o resultado foi muito satisfatório, afinal conseguiu atingir o objetivo de fazer uma formiga diferente e marcante. “É sempre de grande importância para qualquer artista este tipo de desafio e fico feliz porque consegui atingir o objetivo”, disse.

Um exemplo de força de vontade

Quem também gosta de desafios, é João Felipe da Silva Rodrigues. Ele tem 30 anos e teve paralisia cerebral no seu nascimento. Por isso, tem dificuldade de movimentos tanto nas pernas quanto nos braços, sendo quase paralítico. A vontade de pintar, porém, foi maior que as dificuldades. Começou a pintar em casa em cartolinas e, depois de algum tempo, começou a fazer aulas de pintura em tela. O grande desafio de João Felipe é que a única maneira de pintar é usando a boca.

João Felipe pintando uma de suas telas. Foto: Felipe Soares
 
A força de João Felipe é tão grande que a sua história se tornou um pequeno documentário em 2012. No mesmo ano, conseguiu realizar uma exposição no IFSul de Pelotas. Continuou seu trabalho e o auge foi alcançado este ano. Vai expor 25 telas na Fenadoce. A exposição vai acontecer no espaço Artes e Ofícios e os visitantes que estiverem na feira podem conhecer o trabalho e a o grande exemplo de João Felipe.

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